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quarta-feira, 28 de março de 2012

em tempo!





uma nova página não é tão necessária quando não se tem uma nova história.

estou forjando páginas novas.
estou vivendo as histórias.

o conjeturas e sua fugacidade voltará!

em tempo;
Thaynah Leal (Daydreamer ou Kali Kid)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Entrelinhado

O que escrevo é reto.
Prosa prosaica.
Entrelinhado com o caos.
E o que eu também escrevo
é poesia:
ornamentado com o infinito sob nossos pés.

domingo, 23 de outubro de 2011

A morte foi sua mãe





Ao som de Open Your Eyes, eu deixei sair o sentimento que estava reprimido há tanto tempo em mim. Aquela nostalgia naufrága contemplou o oceano de tristeza que havia ao redor da ilha solidão. Não havia outro jeito de sair da ilha, a não ser nadar por aquele oceano de tantas lágrimas tristes de inúmeros acontecimentos dolorosos do passado. Ela se perguntava como havia se exilado por tanto tempo naquele lugar. Ela mesma sozinha tinha chegado a nado e agora, era a hora de partir novamente, seguindo o rastro do sol que insistentemente nascia no horizonte, avisando que estava na hora. Ela não conseguia mais chorar, apesar de ter tanta vontade de. Tomou fôlego e começou a jornada pelo oceano. Deixou a ilha da solidão para trás, em busca de afogar-se nas tristezas de morrer. Ela sabia que precisava. Então, depois de mais de meia-hora de nado, com o corpo dormente, ela finalmente afogou-se. As águas de tristeza invadiram seus pulmões, suas entranhas. Ela morreu em 5 minutos. Não houve um passe de mágica para salvá-la, não houve uma boa fada, ou um anjo qualquer. Só ela e a tristeza dela. A morte foi sua mãe. Recebeu-a em seu seio, como receberia um criminoso, um padre, uma criança. Envolvendo-a em seu braços, um bebê, disse: Eu também sou o milagre da renovação. Você vai morrer de novo. Sofrer de novo. Chorar de novo. Amar de novo. Ter fome de novo. Mas também você viverá: E isso é uma vez só.

domingo, 25 de setembro de 2011




do sonho ao anoitecer
começam as chamas
que se apagam.

ao subir da noite
e ao descer do dia
aleluia descrente
e uma sinfonia.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

cinzas

deixe a liberdade se encarregar das pessoas,
que a mudança sempre virá:
algo se vai,
alguma coisa fica e
ninguém nunca entende nada.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

existir não é ser

cada palavra que forma sentido de frase ou que não, substantivo substância, verbo ressoante, adjetivo restritivo, pronome substituto, preposição gostosa, cospe na cara da proposição escatológica do existir.
cada poema, verso, retrocesso, cabaço, balaço, terremoto, furacão, nascimento, encerramento, espetáculo, musical, explosão, assassinato, incêndio, pedinte-doante, etecetera e tal, é uma coisa que nem existe.
não há, mas é.
é e não existe, existir não é.
existir é apenas existir.
existir não é.
ser é.
ser pode existir ou não.
saci existe?
não deixa de ser saci.
deus existe?
não deixa de ser deus.
amor existe?
não. mas é amor.

ser é imprescindível, inadiável, impostergável, impreterível, horrível, insensato, impensado, inescusável, imprestável, inútil, absoluto.

ser não precisa de acreditar.
ser não precisa de nada: basta ser.

tenho medo do que existe e não é: como pode ser?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu sabia

eu sabia que estrela nascia sem a gente ver,
sabia que o beijo também nascia sem a gente ver
e sabia que a poesia nascia sem a gente ver.

eu sabia que a escuridão nascia sem a gente ver,
mas que no fim quando eu te encontro sentado na cama
do quarto, de olhos fechado sem me ver,
é que no silencio com o amor que tinha nascido,
sem a gente ver, porque o amor também é cego.