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domingo, 23 de outubro de 2011

A morte foi sua mãe





Ao som de Open Your Eyes, eu deixei sair o sentimento que estava reprimido há tanto tempo em mim. Aquela nostalgia naufrága contemplou o oceano de tristeza que havia ao redor da ilha solidão. Não havia outro jeito de sair da ilha, a não ser nadar por aquele oceano de tantas lágrimas tristes de inúmeros acontecimentos dolorosos do passado. Ela se perguntava como havia se exilado por tanto tempo naquele lugar. Ela mesma sozinha tinha chegado a nado e agora, era a hora de partir novamente, seguindo o rastro do sol que insistentemente nascia no horizonte, avisando que estava na hora. Ela não conseguia mais chorar, apesar de ter tanta vontade de. Tomou fôlego e começou a jornada pelo oceano. Deixou a ilha da solidão para trás, em busca de afogar-se nas tristezas de morrer. Ela sabia que precisava. Então, depois de mais de meia-hora de nado, com o corpo dormente, ela finalmente afogou-se. As águas de tristeza invadiram seus pulmões, suas entranhas. Ela morreu em 5 minutos. Não houve um passe de mágica para salvá-la, não houve uma boa fada, ou um anjo qualquer. Só ela e a tristeza dela. A morte foi sua mãe. Recebeu-a em seu seio, como receberia um criminoso, um padre, uma criança. Envolvendo-a em seu braços, um bebê, disse: Eu também sou o milagre da renovação. Você vai morrer de novo. Sofrer de novo. Chorar de novo. Amar de novo. Ter fome de novo. Mas também você viverá: E isso é uma vez só.

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