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sexta-feira, 15 de abril de 2011

sibila assobiando

Sibila acordou dentro do sonho, como quem quisera nunca dormir: jamais ela pensara em adormecer. Todavia, ela não encontrava motivos para pesadelos, era uma pessoa que não se permitia jamais indispor-se consigo mesma.
Dentro do onírico e tênue realidade que se apresentava, ela dispunha de tesouras críticas para cortar os véus que lhe sucediam na evitância de pós-promulgar uma afirmação quase inventada: o mundo não era apenas uma vontade de representação, ele forçava um diálogo mental, espiritual e ausente de tudo e de nada. Sibila desconfiava que ela mesma fazia parte de alguma coisa, que ela era um pedaço que tinha vontade de potência de ser e ser vontade de potência de.
Caracterizava o mundo de mistério toda vez que rebentava um segredo, as coisas só tinham sentido porque ela os dava, porque ela os criava, apesar de nem sempre perceber e se perder - quem sabe? - nessa criação.
Mas esta coisa de perder-se não é para todos, só quem conhece bem o labirinto de si é capaz de entender o que se dá com Sibila quando ela ouve uma música.
Essa história de abismo, de superfície e de solidão saiu da idéia de ter medo da vida, tal coisa irracional não se sucede aos demais animais da natureza, só ao ser humano, e essa coisa meio que Sibila não entende o "porque": Sibila ama a vida e a morte como se fosse morrer de tanto viver.
Ah, e Sibila vive os próprios sonhos porque a idéia que veio da coragem dela foi que ela pode até perder tempo, mas, só se perde a vida uma vez e há quem diga que ninguém nunca encontre-a de novo - Sibila vive intensamente.

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