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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Solidão

Quando se criam abismos entre fones-de-ouvidos, laptops, gosto musicais, problemas familiares, autores diferentes, opiniões diferentes, amigos iguais, graduações iguais, arrogância e muita dor - uma coisa quase óssea. Domingos perdidos, - "é dia de missa, é o dia de deus!" - sábados tristes, cabeças metidas contra parede por terceiras pessoas, daí existem também as verdades não ditas e as lágrimas que nunca se viu. Perdeu-se o caminho da ponte, - "perdeu-se o caminho da ponte, da ponte, do laço, da ponte!" - tudo que fica, tudo que ficou, - um eco de um amor passado - e saiu-se correndo da luz - "a luz nos matou!" - a luz assassina. Eu, somente eu. Queria você. Você não me quis. Queria eu. Sofri. Sofro. Suffering. A dor que se carrega é pesada demais para compartilhar, quando compartilhar torna a dor mais pesada. Eu nunca precisei de luz,- "sempre tive um sol desenhado do lado esquerdo do peito para não crescer nenhum baobá" - disse o pequeno príncipe para mim quando nos vimos pela última vez, em anos-carneiros. Dançava eu por entre os Cosmos, Thanatos dançava comigo. Fechei meus olhos.

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