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terça-feira, 18 de maio de 2010

sobre eu ser

O grande problema de definir quem somos é querermos uma resposta definitiva. Não é como se nós pudéssemos obter uma resposta imediata e eficaz no presente. O que somos pertence ao plano futuro, plano de mais pura invenção - constante. Somos mais do que o somatório do que fomos, somos também o que podemos ser e o que seríamos, somos a metamorfose, o casulo e a borboleta. Chega de metafísica! Somos putrefação linear de carne, ossos e sangue. Denegrindo e agredindo o cérebro, em constante evolução rumo às cinzas finais e aos vermes que nos auxiliarão a virar adubo. Somos também nossa velhice - e que velhice!
E como se não bastasse a nós mesmos e já nos pesasse ser o que somos e ser quem somos, em tempos que somos o mundo e este não o é conosco... temos o outro - outra essência, identidade, outro qualquer-outro - que nos afronta, que nos é tão diferente, tão odiosamente insolentes.

Viver é incômodo.
Ser é revolucionário.


(Thaynah Leal)

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