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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uma pergunta à mim

Me disseram que eu não era poeta.
Nem poetisa.
Perguntei-me porque me disseram aquilo.
Eu fiquei tão triste, uma tristeza tão profundamente
triste, uma tristeza tão sem som, sem ritmo,
que decidi escrever um poema para pessoas como
eu, que não são poetas ou que não são poetisas.
Toda minha vida acreditei, toda minha vida vivi acreditando
que, bastasse eu acreditar no desacreditado, que nasceria 
um poema como que nascem estrelas no céu.
Me senti um detrito, como detritos são: jogados, entulhados,
desgastados, sequelados, esquecidos, destruídos.
Virei-me cinzas, escolhi para mim o renascer nas palavras.
Não quero poemas decássilabos ou teorias-terroristas:
- quero a poesia como é, como o sonho que é, como a
arte que é e como a liberdade - que foi, que é e que será, aquela
que inventa - passado-presente-futuro, vida que é vida, vida.

(Thaynah Leal)

Um comentário:

  1. A poesia foi feita pra que os sentimentos fossem colocados para fora.
    Não concordo quando dizem que ela deve seguir regras.

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