Para que prozear sobre a novidade,
tão certo e cedo ela virá e se irá,
como o vento que trás a chuva e
como a chuva que cai no Pacífico.
Certamente sei, incertamente duvido,
tal qual a audição que se perde,
e a visão que se esvai, elevando
para bem longe nas linhas do precipício
tênue e limiar da vida e da extinção,
nossa verocidade cerebral, nossa
racinalização banal.
Morrer também é viver em demasia,
ou tu não te lembras da última vez em
que morreste, fôra a alguns segundos,
como quem não quer nada, como o nada,
alguém quer.
Eu morri muito hoje e morri bem,
deixei sepultarem-me porque me convém.
Também sepultei tantos outros, oxidando e
oxidando.
Sou humus, passar do tempo, psicossomatismo, abstração.
(Thaynah Leal)
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