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sábado, 27 de novembro de 2010

Sal da Terra

Perseguir um sonho, talvez, seja torná-lo um pesadelo. Viver uma vida de sombras é necessário, só conhecendo o pecado pra saber reconhecer o que é bom. Ausente de dualidades e maniqueísmo, tentar viver uma vida apenas de razão é uma escolha inóspita. Há algo de milagroso na vida e na morte que nos concede dor e sofrimento e também outras coisas boas, das quais, na maioria das vezes, duvidamos. A filosofia explica como vivemos, como poderíamos viver e como poderíamos ter vivido. Porém, ela não explica porque duas pessoas estranhas se tornam íntimas e depois de íntimas, tornam-se estranhas de novo. Filosofia não é vida. Nem morte. Ninguém precisa saber andar para avançar em seu próprio caminho: além do bem e do mal, além de todo tempo e de toda impressão que se tem do tempo, tem uma coisa pequena, mesquinha, medíocre e fugaz que se chama amor. Amor foi uma criação humana que até os deuses tem inveja. Amor rima com rancor, mas, é algo que todo sofrimento não suporta: o amor é o sofrimento do sofrimento. E há tanta força nesse sentimento, que mulheres e homens tem o sentido além de suas vidas e mortes. Não há como dizer se em algum dia do passado ou do futuro - ou mesmo do presente - uma vez que tenha sido, que o amor tenha vencido a morte, ou o tempo, a distância, o mal, o bem, o descaso, a descrença, a fé, os deuses... mas, dá pra saber com certeza absoluta que, também nunca - nunca - em nenhum momento, que o amor tenha perdido o que quer que seja.

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